segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Capítulo 2: Sinsalabim Nas Terras Além Do Horizonte
Na mata próxima à praia, avistou um pé de Manjoba, com seus frutos cintilantes. Não teve dúvidas: utilizou suas últimas energias e foi até a árvore, colheu algumas manjobitchas e deu início à sua tão aguardada refeição. Mas então, foi interpelado por uma voz:
- Alto lá, verme desgraçado!!
Assustado, Sinsalabim se virou. Deparou-se com um meio-elfo, de longos (muito longos) e fartos (muito fartos) bigodes. Ele apontava uma besta para o nosso grande aventureiro. E estava de calças arriadas. Ao ver o rosto de Sinsalabim, o fulano mudou sua cara carrancuda para uma de alívio.
- Ufff... pensei que você era outra pessoa... foi mal... pode continuar com suas manjobitchas... Eu mesmo comi algumas. Estão uma loucura.
Simsalabim permaneceu imobilizado, a não ser pelos movimentos de mastigar de sua boca. O sujeito com as calças ao chão e a vergonha aparecendo, virou de costas, andou alguns metros até uma moita, situou-se de cócoras e, nitidamente, começou a fazer força. Então, nosso aventureiro não resistiu e indagou, com educação e nobreza:
- Mas que merda é essa? Você quase me espeta com essa porcaria e depois sai para adubar o mundo?! Não está vendo que eu estou todo detonado aqui?! Aponta essa bosta para o seu...
O meio-elfo, ao ouvir as lamúrias do campeão, parou imediatamente de fazer força, se levantou, agora levantando também suas calças, e grunhiu:
- Escuta aqui, estou me lixando para seus problemas. Estou cheio deles também. E me respeite. Sou o fabuloso Mur Ronusrim, um caçador de recompensas. Estou, juntamente com meu grupo, caçando Eutoku Utérror, um meliante da pior estirpe. Afinal de contas... quem é você?!
Sinsalabim, agora com a saúde em melhor estado, achou prudente cooperar, já que Mur estava armado.
- Sou Sinsalabim, o magnífico. Herói de incontáveis cidades, destruidor de um sem número de vilões e agora fugitivo da terra que sempre protegi e amei.
- Há! Quanta bobagem – riu Mur – tu não sabe mentir, pivete. Agora... só por curiosidade, você vem de que lugar?
-Só-Tem-Pedreira. Escapei de lá porque guerra e desastres de diversos tipos, formatos e tamanhos estão destruindo o lugar.
- HAHAHAHAHA!!! Finalmente aquela terra desgraçada foi pelos ares!!! Tu não vai acreditar... mas várias vezes os povos dessas bandas se uniram para invadir Só-Tem-Pedreira, mas aquela terra sempre dava um jeito de exterminar a invasão! Eu mesmo participei de uma dessas tentativas. Na ocasião, os navios da nossa frota acabaram esfregando os cascos em um recife de raros corais-prutz, que acabaram por danificar seriamente as naus. Se não bastasse, muitas embarcações estavam com varas de porcos selvagens vivos, para alimentar as tropas durante a campanha. De noite, alguns porcos selvagens de Só-Tem-Pedreira, não sei como, invadiram as caravelas e incitaram os nossos suínos a uma rebelião generalizada! A invasão foi pelos ares... Existem diversas outras tentativas de conquista, cada uma frustrada por alguma coisa impensável.
Sinsalabim não sabia o que dizer. Ronusrim mudou o assunto.
- Mas me diz uma coisa: como você sobreviveu todo o percurso marítimo naquela jangadinha?
- Primeiro: aquele ali é o Borgan III. Segundo: não é uma jangada. Acredito que esteja em uma categoria entre um iate e um galeão. Voltando a sua pergunta: é que, antes de tudo, ocorreram algumas chuvas. Apesar de eu ter vomitado com o enjôo, consegui água. E, antes de zarpar, eu apanhei uma vara, um gancho e um bom pedaço de cipó.
- Bem Pensado! Fez uma vara de pesca...
- Não tinha pensado nisso! – Exclamou Sinsalabim, levando a mão à testa. – Eu prendi o gancho na ponta da vara e fiz um arpão. Com o cipó eu fiz uma correia. Ficou bem maneiro. Mas não funcionou muito bem. Eu tentava espetar aqueles malditos peixes-espada, mas daí eu percebia que a ponta do arpão estava torta... foi bem frustrante. Me alimentei de algas, basicamente.
Mur ficou encarando em silêncio Sinsalabim por alguns segundos, não acreditando em seu relato. Finalmente, decidiu tratar de um assunto mais importante.
- Olha, mano, sei que começamos meio mal e tal... mas queria pedir uma força para você. É que aconteceu um infortúnio... Sabe, eu e meu grupo utilizamos uns aparatos mágicos para nos comunicarmos uns com os outros. O problema é que esse objeto é muito pequeno e relativamente parecido com uma manjobitcha. Pois bem... momentos atrás, decidi dar um break na minha caçada ao bastardo do Eutoku Utérror comendo umas frutas de Manjoba. E acabei por engolir o maldito comunicador mágico. Estou há meia hora tentando evacuar o equipamento.
- E eu com isso? – respondeu Sinsalabim.
- Então... não sei se você está ligado, mas muita gente, quando precisa urinar e não consegue, dá um jeito de arrumar uma água corrente ou uma outra pessoa para mijar, para dar uma incentivada. Dito isso... você não poderia tentar dar uma cagadinha ali no canto? De repente isso dá um “boost” no meu intestino e eu consigo reaver meu comunicador.
Comovido com o drama do caçador de recompensas, Sinsalabim decidiu ajudar. Escolheu uma moita particularmente confortável e tentou evacuar. Mas não conseguiu. Tentou de novo. Mesmo resultado. Já fazia dias que Sinsalabim não comia direito.
- Putz, cara, não tenho conteúdo no bucho para soltar. Não vai rolar.
Mur Ronusrim nitidamente entristeceu. Levantou-se e botou as calças no lugar. Ia se conformando quando, de forma surpreendente, os dois ouviram uma voz. Uma voz abafada, suja, indistinguível, não se sabe se jovem ou velha, masculina ou feminina. Saia de algum orifício do próprio Mur Ronusrim.
- Achei o Eutoku!! Estou perseguindo ele até o farol em ruínas no canto norte da ilha! Todo mundo, venham aqui me ajudar! – gritava a voz.
Mur Ronusrim por um momento riu. Parecia que tinha soltado um peido falante. Mas logo recobrou a compostura e o profissionalismo. Ia sair em disparada até o norte da ilha. Mas antes disso, decidiu aumentar suas chances contra o temível Eutoku Utérror.
- Ei, Sinsayajin, ou qual quer que seja o seu nome, não quer dar uma força? Estou precisando de alguém para ficar na minha fr... er... de um apoio tático. Tô pagando!
O nosso bravo herói, com boa parte de suas energias recobradas, não é de recusar desafios. E estava com medo de ficar sozinho naquela ilha (Sinsalabim tinha um trauma com farofeiros e temia que podia aparecer algum ali na praia).
- Vambora – limitou-se a dizer, pegando o remo e a caixa que estavam em sua embarcação e esperou Mur começar a correr, pois tinha sérias dúvidas para que lado ficava o norte.
E AGORA?!?!?! POR QUE SINSALABIM TEM FOBIA DE FAROFEIROS? ISSO É REALMENTE RELEVANTE?? MUDANDO DE ASSUNTO, SERÁ QUE SINSALABIM SE METEU EM OUTRA ENRASCADA?!?! QUÃO TEMÍVEL É O TAL EUTOKU UTÉRROR?!?!?! MUR RONUSRIM E SEUS ALIADOS, AGORA UNIDOS COM SINSALABIM, SERÃO PÁREO PARA ELE??!? QUE TERRA MISTERIOSA É ESSA EM QUE SINSALABIM SE ENCONTRA?!?! ACOMPANHE E DESCOBRIRÁ!!
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Capítulo 1: Sinsalabim Renew
Ele lembrava um saco de batatas quando finalmente encontrou terra firme, acordou com muita dor de cabeça e no corpo, algumas imagens dançavam rapidamente por sua fragmentada memória. – O fim do mundo de Só-Tem-Pedreira, imagens do ultimo confronto entre o exército dos Anciões Negro-sábios e a Malfada Ordem de Malanderson. Imagens de batalhas constantes muita morte, violência, e , e naquinhos de porco selvagem comidos as escondidas, tudo isto narrado pela voz única de Zéma Loqueiro. A guerrra consumiu todos os recuros de Só-Tem-Pedreira e cruel como era ela, com certeza ainda tinha uma ultima carta na manga, caso desaparecesse levaria todos consigo e foi assim que em meio a erupções vulcanicas, tornados, insetos, unguentinhos misteriosos Só-Tem-Predeira encontrou seu fim.
E no meio de toda esta tormenta encontrava-se nosso valoroso héroi, um destemido campeão treinado nas Sete Artes da Fuga e da sobrevivência, tão safo que nem o fim do mundo conhecido conseguiu extermina-lo. Para aqueles que não tiverem oportunidade de conhece-lo e de escutar as inúmeras baladas escritas para homenagear seus feitos, dê-me a oportunidade de situa-lo.
Sinsalabim, é um hérói pouco usual, tendo conseguido vencer todos os desafios propostos pelo destino usando apenas sua mente afiada, infinita vontade de sobreviver e sua sorte, ou muitas vezes a falta dela. Saiu em aventura para buscar vingança contra seu maquiavelico tio Sinsaladim, e no caminho acabou enfrentando inumeras situações absurdas e pessoas inusitadas.
Retornando ao nosso presente aqui encontra-se Sinsalabim, em sua nau Borgan III, batizada em homenagem ao seu eterno companheiro de desventuras cujo paradeiro atual é desconhecido. Na realidade a nau, constitui-se de uma canoa surrupiada por Sinsalabim antes de fugir desesperadamente em direção ao mar, e apenas um remo, este sim um item digno de uma fábula só sua, já que havia sido um inocente pé-de-mesa, foi incinerado, transformado numa espada, destruída e agora devido a magia de Pah Painú Well restaurado no formato de um simple remo. Alias vale a pena constar que a canoa era um herança da família Well junto com o anel do Endo. Mas Sinsalabim nunca foi muito apegado a estas questões burocráticas e sobrevivia da maneira que conseguiiu com a canoa e no seu dedo anelar direito o Anel de Endo, que estava escondido em uma caixa na canoa.
O que aguarda Sinsalabim neste novo ambiente desconhecido? Haverá local ainda mais cruél do que a cruél Só-Tem-Pedreira? Quem era Brogan I e II? Quer saber mais sobre esta absurda história acesse sinsalabimsaga.blogspot.com