E a peleia era bonita.
A queda inesperada de Jah Biroba não só feriu alguns soldados como também o próprio Eutoku Utérror, que achou melhor retirar-se para planejar melhor suas defesa, como também criou um belo teto solar no salão de armas.
Mur Ronusrim fazia jus ao seu bigode de justiceiro e confrontava ferozmente três soldados inimigos. Um rápido ataque de um deles o fez recuar enquanto os outros dois realizaram uma estocada contra o guerreiro. "estes ae, não fazem parte da tal Companhia de Capangas." pensou Mur, enquanto bloqueava um dos golpes com sua espada e era ferido no braço pelo outro. Irritado, coçou o bigode enquanto aguardava os soldados se reposicionarem, e desta vez ele que partiu pro ataque.
Difarola Ceso que já era também uma guerreira experiente, não assustou-se com a queda inesperada da arvore no meio do salão, e rapidamente esgueirou-se até as estandes de armas. Olhou alguns segundos pra opções disponíveis: arcos, machados, espadas, glaives e uma lança curta belísima, pretegida por uma redoma de vidro com os dizeres em vermelho fontes 50 "NÃO TOQUE". Difarola era inteligente o suficiente para resistir a tentação e acabou escolhendo um machado de execução. A cena seria cômica se não fosse assustadora. O machado era gigantesco em comparação ao corpo de Difarola, mas ainda assim ela o movimentava com maestria derrotando rapidamente os soldados que ousavam aproximar-se.
A bandinha de cordas e sopro, também não era novata e não deixaram intimidar-se pelas cenas que viam. Dois soldados feridos, foram arremassados em direção a banda que magistralmente desviaram-se enquanto entravam em uma estrofe da música "...assim seguiu a tosquiação. NÃO! PASMEM! NÃO! não era uma ovelha não..."
Jah Biroba usava todo seu conhecimento de arvore centenária para manter-se primorosamente estático. Sentia perninhas correndo por cima dele, corpos que eram arremesados contra seu tronco e ainda assim Biroba nem mexia. Sabia que qualquer movimento poderia atrair a atenção de Pau Ladinha e ai sim ele corria um sério risco de nunca mais voltar a mexer.
Sinsalabim não queria ser o único ali na sala sem demonstrar suas habilidades, então resolveu fazer o que sabia melhor. Inigualavelmente.......escondeu embaixo de uma mesa. "que heróizinho mequetrefe você, hein?" caçoava uma voz que parecia sair de dentro do próprio Sinsalabim. Sinsalabim olhou ao seu redor para ver se encontrava o dono da voz, mas não a localizou. "para com esta covardia e vira de uma vez um homenzinho", continuava a voz a atormentar Sinslabim. "se você não fizer nada provavelmente os dois ali vão morrer, faça as contas são 15 contra 2." Sinsalabim, parou e pensou levantou-se da mesa e respondeu "7 e meio".
"Ai que burro.....olha aqui o Sinsalabim, faz o seguinte: corre até as armas ali no canto pega uma legal e depois parte pro combate, ok?" Tentou mais uma vez a voz.
" Mas eu não sei combater"
"Depois a gente resolve isto....que que está esperando, já pegou alguma arma?"
Muito contrariado, Sinsalabim sorrateiramente foi até a estande e viu enquanto Difarola, pegava seu machado. "Não precisa ser nada ssim tão brutal, né?" Sem ouvir resposta olhou para as opções e não deixar de admirar a beleza de uma lança curta que estva em um pedestal no alto. Sem pensar duas vezes Sinsalabim quebrou o vidro que a protegia sem nem mesmo ler o aviso que estava escrito em letras garrafais. Tão logo quebrou o vidro, de algum lugar da parede um raio surgiu e atravessou Sinsalabim que gritava de dor. A magia nem era tão poderosa mas Sinsalabim tinha este pessímo habito de gostar de gritar.
Quando se recuperou da dor Sinsalabim estava de frente para a lança, porém no próprio ar surgiam algumas palavras que desta vez ele as percebeu. "NÃO HAVERÁ MAIS UMA CHANCE, TOQUE A LANÇA E NÃO SOBREVIVERÁS" Sinsabim estremeceu e estava próximo de pegar uma pequena faquinha, quando novamente escutou a voz que agora parecia mais próxima. "Não se deixe enganar Sinsalabim, a magia de defesa já era. Agora é só correr pro abraço."
Animado pelas palavras do além, Sinsalabim não teve dúvidas e tacou a mão na lança. Tão logo seu dedo a enconstou dois jatos de fogo azul sairam do pedestal em direção ao herói. Sinsalabim sentiu como se todo o seu corpo queimasse intensamente, os gritos que ele dava desta vez não eram exagerados. Depois de alguns minutos de agonia, Sinsalabim foi despertado pelo barulho de dois corpos arremesados contra a banda e o verso que eles cantavam vigorosamente, a dor passou e ele percebeu que não estava machucado de verdade.
"Pare de chorar, era apenas uma magia de ilusão, vamos Sinsalabim toque nesta lança." a voz que desta vez era totalmente clara e audível.
"Não quero."
"Toque nela seu vagabundo"
"Não por favor, eu não quero morrer." choramingava Sinsalabim.
"Se você não toca-la os seus companheiros vão morrer e depois vai ser você que vai morrer. Então pegue esta maldita lança."
" Tá bom." desistiu Sinslabim, enquanto seus dedos iam em direção a lança novamente. E uma nova mensagem surgiu na sua frente. "VOCÊ É RETARDADO POR ACASO? TU QUER MORRER NÉ? TU TÁ PEDINDO MACHÃO. VAI LÁ PEGA. E OLHA O QUE TE ACONTECE."
"Foda-se" disse Sinsalabim ao retirar a lança, já preparado para sua morte. Porém nada aconteceu, ou assim ele pensou. Mas tão logo o alívio veio ele também foi. O chão da sala começou a tremer e quando Sinsalabim percebeu a sala estava diminuindo. O chão estava subindo, ou seja, todos seriam esmagados.
"O que eu fiz, o que foi que eu fiz?" chomaringou Sinsalabim, novamente escondido debaixo da mesa, mas a voz ainda não havia o abandonado. "É só você colocar alguma coisa no lugar da lança e provavelmente a armadilha pára."
"Provavelmente?"
"Eu também não sou onipresente, onipotente e onisciente"
"O que?"
"Deixa pra lá. Só faz o teste"
"o que eu vou colocar no lugar desta lança? Tem que ser algo como um bastão? Uma vassoura? Ou quem sabe um...." Sinsalabim parou, e descobriu a solução para seu problema. Um galho de árvore. Tentando como todos na sala, manter-se em pé já que a sala ainda tremia e estava cada vez diminuindo mais, foi até a arvoré caida no chão, escolheu um belo galho de tamanho semelhante ao da lança e usando o joelho o quebrou com bastante dificuldade. Dez joelhadas foram necessarias para arrancar o galho. E rapidamente ele o colocou no pedestal no lugar da lança. O chão parou de tremer e retornou rapidamente para o lugar. E quando tirava a mão do galho Sinsalabim sentiu mais uma vez uma descarga elétrica percorrer o seu corpo. "TOMA QUE TE MANDARAM INFELIZ" era a mensagem que desaparecia no ar.
Recomposto Sinslabim estava de lança na mão e na outra um escudo adaptado usando o dente postiço de Jah Biroba, numa cena heróica, pronto para derrotar quem aparecesse em sua frente. E qual não foi sua surpresa quando percebeu que todos os inimigos já haviam sido derrotados. "Toda aquela dor, pra nada?" resmungava Sinsalabim enquanto caminhava junto de Mur e Difarola por cima da arvore, para fora da sala em direção ao corredor por onde fugiu Eutoku. Atras deles andava a banda que já havia guardado seus intrumentos e iam embora, visto que haviam recebido cachê para somente uma batalha. E lá no meio da sala, olhando para o céu pelo gigantesco buraco que ele mesmo havia feito, um ent divagava consigo mesmo. "Como eles iriam ser esmagados se tem um buraco gigante no teto?"
Depois de dormirem um pouco em alguma dependencia do forte, os aventureiros avançavam em direção ao confronto final com Eutoku Utérror. Havia sido Sinsalabim que descobriu aquelas dependencias, visto que se tinha alguma coisa em que era bom, era em descobrir locais para esconder-se.
"Parabens Sinsalas até que tu não é tão inútil como eu pensava" parabenizava Mur ao dar um tapa nas costas de Sinsalabim.
"Negativo. Ele é extremamente inutil." disse a voz que tanto havia incomodado Sinsalabim, e que agora estava extremamente próxima. Tão próxima que ele poderia jurar que estava na sua própria bunda. E qual não foi a sua surpresa ao olhar para sua nádega esquerda e ver grudada nela a cabeça de uma estranha criatura sorrindo para ele, ou o que ele achava que devia ser um sorriso. A cabeça era a de um tigre, com algumas caracteristicas humanas.
"Que merda é essa?" gritaram em uníssono Sinsalabim, Mur e Difarola.
"Merda não. Olha o respeito." rugiu a criatura que mesmo naquela comica posição ainda impunha muito medo. "Muito prazer me chamo Bri’o’Cu, senhor da Terra-Média, jurado inimigo da Ordem, ultimo dos Rakshasa." Declarou solenemente a cabeça.
Metade do terceiro dia.
E finalmente Bri’o’Cu dá suas caras, ou melhor sua cabeça? Sinsalabim aguentará a mais esta abominação? Será que Bri'o'Cu conheçe o Frodo? O que tramará Eutoku e que fim levou o último integrante do grupo de Mur? Esperaremos infinitamente por mais um post?
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